O Parque Nacional Cavernas do Peruaçu é um lugar maravilhoso, com uma riqueza cultural e histórica enorme, mas ainda conhecido e pouco visitado. O turismo por lá basicamente se resume às pessoas da região e/ou que têm interesse em cavernas, geologia e ecoturismo, como eu... e você, provavelmente, já que chegou aqui nesse post.
Mas o grande público ainda desconhece esse lugar incrível. Embora o parque não seja novo (foi criado em 1999), ele só foi aberto em 2014. Então, é algo relativamente recente. A localização do parque, afastada dos grandes centros e aeroportos, é outro fator que atrapalha o turismo.
Mas vamos às informações então. Nesse post você vai encontrar todas as informações para planejar sua viagem ao Parque Parque Nacional Cavernas do Peruaçu: onde ele fica, como chegar, onde ficar, o que visitar e muito mais.
COMO CHEGAR NO PARQUE NACIONAL CAVERNAS DO PERUAÇU
O Parque fica no Norte de Minas Gerais, entre os municípios de Januária, Itacarambi e São João das Missões. Dessas 3, Januária é a cidade com mais estrutura, embora não seja o melhor local pra ficar hospedado pela distância.
Se você mora em Minas Gerais, ou algum estado vizinho, o melhor mesmo é ir até lá de carro, pois, sem ele, não é possível conhecer o Parque. Eu sei, Minas é enooooorme e, dependendo de você sair, a viagem pode durar quase um dia!
Pra vocês terem uma ideia, da capital Belo Horizonte, são 9/10 horas de viagem ininterruptas. É chão, viu? 😅 Mas ó, vale muito a pena. E você pode fazer como nós que "quebramos" a viagem, tanto na ida quanto na volta, e aproveitamos pra conhecer também outros destinos mineiros.
(Quem acompanhou nossa viagem no Instagram
@revivendoviagens, viu que na ida, aproveitamos pra conhecer a Vila de Santa Bárbara, em Augusto de Lima. E, na volta, ficamos uns dias no Parque Estadual do Rio Preto e também em Diamantina. Foi uma viagem ótima!).
Agora, se você não tem tempo ou disposição de dirigir tanto, ou mora muito longe, a opção é voar até Montes Claros, que fica a "apenas" 3 horas do Peruaçu, e lá alugar um carro para seguir viagem.
ONDE SE HOSPEDAR PARA CONHECER AS CAVERNAS DO PERUAÇU
Como eu disse acima, das cidades do qual o Parque faz parte, Januária é que tem mais estrutura. Mas essa não é uma boa opção de hospedagem, porque é um pouco distante do Peruaçu, cerca de 40 minutos de viagem.
Itacarambi seria a cidade mais próxima, a apenas 15ou 20 minutos da portaria do Parque. Mas ainda existe a opção de ficar em Fabião II, uma vila que fica na estrada que dá acesso ao parque. Eu experimentei as 2 opções e vou falar aqui os prós e contras de cada uma.
Quando eu decidi fazer essa viagem, eu logo pesquisei hospedagem e fiz a reserva (com cancelamento grátis pelo
booking.com) para ficar em Fabião. Só algum tempo depois, quando fui realmente organizar a viagem, vi que precisaria de ficar mais tempo para conhecer o Parque todo. Tentei aumentar o tempo da hospedagem, mas já estava lotado.
Eu até poderia ter cancelado a reserva e ficado em alguma outra pousada em Fabião, mas eu tinha gostado do lugar e aí preferi me hospedar em 2 locais diferentes até pra ter diferentes perspectivas.
Itacarambi
Nas 2 primeiras noites, ficamos hospedados na
Pousada Camaleão, que fica na beira do Rio São Francisco, em Itacarambi. E foi justamente isso que me fez escolher essa pousada. As fotos do deque da piscina bem de frente pro "Velho Chico" me conquistaram.
E realmente o lugar é bem gostosinho. Os quartos são simples, mas atendem bem. O ponto alto é a área do entorno da piscina, que é bem agradável, tem bastante plantas. Ótimo lugar pra relaxar, seja na própria piscina, na sauna, nas cadeiras espreguiçadeiras, na rede ou tomando uma cerveja, mas mesinhas com vista do São Francisco. Uma delícia!
A vantagem de ficar em Itacarambi é estar próximo ao Rio São Francisco e ter fácil acesso a supermercados e restaurantes. Falando nisso, não deixem de conhecer o Bar do Chico. Ele é um restaurante simples, familiar, fica nos fundos da casa do "seu" Chico, de frente ao "velho Chico" e praticamente vizinho à Pousada Camaleão. Os peixes, e também a batata frita, são sensacionais. Segundo o Rodrigo, foi o melhor peixe que ele já comeu na vida! Pra mim, empata com os peixes que comi no Amazonas.
Já a principal desvantagem de se hospedar em Itacarambi é estar "longe" (cerca de 15 a 20 minutos) da entrada do Peruaçu.
Fabião
As outras 3 noites passamos em Fabião, comunidade que fica logo na entrada do Peruaçu. Ficamos hospedados no
Sítio Rupestre, que é uma delícia de lugar. Uma casa inteira, de 2 quartos, completinha, com sala, cozinha mobiliada, TV, ar condicionado, ótimo sinal de wi-fi. Além de um quintal maravilhoso, com flores e frutas, piscina, gazebo, e uma varanda super gostosa onde é servido um farto e delicioso café da manhã. Recomendo demais!
Mas, caso não consiga vaga (o ideal é reserva com bastante antecedência), uma outra alternativa, também em Fabião, é a
Pousada Portal do Peruaçu.
A vantagem de se hospedar em Fabião é estar praticamente dentro do Parque do Peruaçu. Já a desvantagem é não ter supermercado (o mais próximo é em Itacarambi), além da pouca oferta de restaurantes, que se restringe a algumas poucas pousadas da região.
Mas, se ficar hospedado no
Sítio Rupestre, terá uma cozinha completa à disposição pra preparar refeições ou lanches, se for o caso.
QUANDO VISITAR O PARQUE NACIONAL CAVERNAS DO PERUAÇU
O Parque Cavernas do Peruaçu pode ser visitado o ano todo. De novembro a abril é a época de chuvas (que não são muito intensas), portanto, se você for nessa época, a vegetação estará mais verdinha. Já de maio a outubro é a época da seca.
Independente da época do ano, as temperaturas são sempre altas, especialmente durante o dia, podendo facilmente chegar a 40ºC. Mas no inverno o vento acaba deixando a sensação térmica mais confortável e chega até mesmo a fazer um friozinho à noite. Nada que um casaquinho não resolva. Bom, pelo menos foi assim quando eu estive lá, em julho de 2023
VISITAÇÃO AO PARQUE NACIONAL CAVERNAS DO PERUAÇU
O Parque funciona de terça a domingo das 8h às 18h. A entrada é gratuita. Mas a visitação a qualquer atrativo do parque só pode ser feita com guia e deve ser agendada com antecedência pois existe um número máximo de visitantes em cada atrativo diariamente.
Nesse
link você encontra a lista de todos os guias credenciados. Nós contratamos a guia Camila que é excelente e recomendo de olhos fechados. Anota aí o WhatsApp (38) 99927-0638 e o instagram
@camilamachado_peruacu dela.
E, como eu disse antes, você vai precisar de carro para conhecer o lugar. Seja seu próprio carro, alugado ou arrumar um guia de tenha carro.
ATRATIVOS DO PARQUE NACIONAL CAVERNAS DO PERUAÇU
Para visitar todos os atrativos do Parque, você vai precisar de, no mínimo, 4 dias inteiros lá. Considerando o tempo pra chegar e sair de lá, vai fácil uma semana.
Mas se você não tiver esse tempo todo, é só cortar alguns atrativos do roteiro. Até porque, se você não é especialista do assunto, acaba ficando meio repetitivo. Apesar das cavernas serem bem diferentes entre si, não deixam de ser cavernas né? Com 2 dias dá pra conhecer um pouco de cada coisa.
Gruta do Janelão
Uma coisa é fato: independente do número de dias que você tenha disponível para conhecer o Parque, a visita ao Janelão é OBRIGATÓRIA! Esse é o atrativo mais visitado e o principal cartão postal. Tem gente, inclusive, que fica só 1 dia, vai lá só pra ver o Janelão e pronto!
Mas se você vai ficar vários dias, o ideal é deixá-la por último. Eu sei que tem gente que gosta de ver logo o atrativo principal de cara, no 1º dia. Mas é que perto dela as outras grutas ficam até meio sem graça rs.
O lugar é enoooorme e lindíssimo! Não há fotos ou vídeos que demonstrem a imensidão da gruta. A trilha total é de cerca de 5km ida e volta, sendo grande parte dela dentro da própria gruta. O ponto final é a "perna da bailarina", a maior estalactite do mundo com 30 metros de extensão. Você vai precisar de metade do dia para visitá-la.
É até difícil explicar o que é a Gruta do Janelão. As fotos podem ser bonitas e tal, mas não chegam perto do que é esse lugar ao vivo. É surreal! O Rio Peruaçu correndo lá dentro deixa tudo mais fotogênico ainda.
A gruta é gigantesca e pra qualquer lugar que você olhe vai se deparar com algo muito legal, a medida que você vai caminhando as vistas vão mudando e é difícil escolher o ângulo mais bonito. Vá conferir pessoalmente e depois em conte.
Gruta do Rezar
Pra começar, é preciso subir mais de 500 degraus pra chegar até essa gruta 😅 Mas, ó, vale a pena, viu? A gruta é enorme: tem 90 metros de largura e 40 de altura! Além disso, tem um sítio rupestre com pinturas bem conservadas. Você vai precisar de umas 3:30 para visitá-la.
Lapa do Índio
O principal atrativo aqui é um painel enorme de pinturas rupestres logo na entrada. Além de um mirante onde é possível ver a gruta do Janelão, além de grande parte do parque.
Lapa do Boquete
A pronúncia é boquête, tá gente? Com o E fechado 😂
Dizem que o nome vem de uma abertura estreita na entrada da caverna semelhante a uma boca. Esse é o principal e o mais estudado sítio arqueológico do parque. Lá foram encontrados esqueletos humanos de 7 mil anos atrás e vestígios da presença humana como sepultamentos, cestos, pontas de lança de mais de 12 mil anos.
Gruta Bonita
A gruta bonita não tem esse nome à toa. Ela é uma das mais bonitas do parque, tem salões muito ornamentados com vários espeleotemas (estalactites, estalagmites, travertinos, colunas, etc).
Essa também é a única gruta totalmente escura do parque que está aberta a visitação. Nas regiões mais profundas, pra enxergar algo é preciso usar lanterna. Quando a gente apaga as luzes, é aquele breu completo e absoluto.
Por ser bastante frágil, só 40 pessoas podem visitá-la por dia. Sendo apenas 5 pessoas de cada vez.
Lapa do Caboclo
Essa lapa é pequena mas tem um paredão enorme com pinturas rupestres do estilo caboclo (com formato do corpo humano), que é exclusivo do Peruaçu. A trilha até ela é curtinha e ela fica bem de frente pra trilha da Lapa do Carlúcio, então é uma dobradinha super válida.
Lapa do Carlúcio
Essa caverna é enorme e muito bacana. Apesar de não ter tantos espeleotemas como outras grutas do parque e nem pinturas , a paisagem é bem legal e a trilha até lá também. Tem vários mirantes ao longo da trilha pra observar a grandeza do lugar e a vegetação de mata seca que eu, particularmente, acho linda.
Lapa dos Desenhos
O nome dessa gruta já diz tudo, ela é toda desenhada. Tem painéis com lindas pinturas rupestres, muito bem preservadas e bastante coloridas. O trilha até lá é de pouco mais de 2km e é bem bonita. Começa margeando o rio Peruaçu, por uma mata de galeria verdinha e, depois de um subidão a paisagem vai mudando pra mata seca novamente. Linda!
Trilha do Arco do André
Esse é um atrativo um pouco diferente dos demais. O foco aqui é a trilha em si que passa por alguns mirantes e cavernas. Exige um pouco mais de esforço físico e um dia inteiro para percorrer seus 8km.
Esse foi o único lugar que não visitamos. Até estava no nosso roteiro, mas acordamos com um desarranjo intestinal e achamos melhor não ir. Foi uma pena não ter conhecido esse lugar que, pelas fotos e vídeos, é bem bonito. Mas também foi ótimo ter um dia de descanso depois de 2 dias andando debaixo do sol escaldante do norte de Minas. Além do que, deu pra curtir melhor o lugar super gostoso que estávamos hospedados.
O QUE USAR E LEVAR PARA AS TRILHAS
Para fazer as trilhas, apesar do calor, o ideal é se vestir com calça e blusa de manga comprida, tanto para se proteger do sol, quanto da picada de insetos, já que a região é área de leishmaniose.
Essas blusas
dry fit com proteção solar são a melhor opção. As que usamos lá compramos na
Shoppe, foram baratinhas e são bem confortáveis, temos de várias cores e usamos bastante. As calças são da
Decathlon. Elas são excelentes, levinhas, confortáveis e, essas especificamente, também viram bermuda, é só abrir o zíper que tem na perna.
Dentro das cavernas é obrigatório usar capacete (que é oferecido pelo guia). Mas, nas trilhas é muito importante chapéus, bonés e afins para proteger do sol. Boas opções são esses
chapéus com filtro de proteção solar (como esse pendurado na mochila do Rodrigo) ou um
chapéu impermeável que é o que eu uso e gosto muito, ele é bem levinho. Além, óbvio, de usar protetor solar.
Use sapatos confortáveis e adequados para trilha. Nós usamos sempre
botas de trilha mas há quem prefira usar tênis. Se for o seu caso, opte por
tênis de trilha que têm solado solado adequado para andar em pedras e que não escorrega.
Você também vai precisar de uma
mochila de ataque, como essa do Rodrigo ou uma
pochete de trilha como a que eu estou usando. Você, provavelmente, ficará o dia todo no Parque, então leve algum lanche, sanduíche, frutas, etc (se tiver uma
lancheira térmica como essa, melhor) e bastante água, uns 2 litros por pessoa. Essas
garrafas térmicas também são ótimas e ajudam a manter a água fria durante a trilha.
Nós também levamos
bastões de caminhada. Eu uso em praticamente todas as trilhas que faço porque meus joelhos são bem estragados, então me ajuda muito. Mas Rodrigo acho que nem usou dessa vez.
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